Alfabetização e letramento – As muitas facetas da alfabetização

letras

“Uma teoria coerente da alfabetização deverá basear-se em um conceito desse processo suficientemente abrangente para incluir a abordagem mecânica do ler/escrever; o enfoque da língua escrita como um meio de expressão/compreensão, com especificidade e autonomia em relação à língua oral e ainda, os determinantes sociais das funções e fins da aprendizagem da língua escrita”. (SOARES, 2003, p.18)

Alguns aspectos não podem ser desconsiderados para a alfabetização. Entre outros, alguns mais  relevantes:

  1. O contexto cultural, social e familiar do aluno. Onde vive? Com quem convive? Como é composta sua família? Que vínculos estabelece com ela?
  2. A formação de seu professor, sua tendência educacional, sua metodologia de trabalho, enfim, sua ideologia a respeito de como se ensina e como se aprende;
  3. Ferramentas / materiais didáticos que serão considerados para a alfabetização (o que se tem à disposição).

Essas referências implicam em todo o processo de alfabetização. As diferentes áreas do conhecimento, a Psicologia, a Sociologia, a Biologia, por exemplo, oferecem suporte na complexidade do processo de alfabetizar, pois auxiliam na compreensão macro a respeito do aluno, das relações estabelecidas dentro e fora da escola, dos implicantes sociais que permeiam a alfabetização (o preconceito a quem não é alfabetizado), até mesmo seus aspectos físicos/biológicos (deficiências de ordem física, cognitiva, nutricional, etc).

CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO

Alfabetização, num sentido mais restrito, significa “aquisição do alfabeto”, domínio do código da língua escrita, ou seja, ter habilidades de leitura e escrita.

Exemplo considerado por Magda Soares para vislumbrar este conceito:

  • Pedro já sabe ler. Pedro já sabe escrever.
  • Pedro já leu Monteiro Lobato. Pedro escreveu uma redação sobre Monteiro Lobato.

A partir desta conceituação, deve-se considerar, segundo Soares:

1- “A língua escrita não é uma mera representação da língua oral”.

2 – “Alfabetização é diferente de letramento” (será apresentado em outro post);

3 – “Alfabetização deve ser compreendida como processo individual – social”

A alfabetização caracteriza-se como um processo multifacetado, já que diferentes profissionais podem atrelar-se em prol do mesmo objetivo. Assim, pode-se dizer que seja um trabalho de interdisciplinaridade.

A abordagem cognitiva (Piaget/Emília Ferreiro), por exemplo, instiga uma visão mais abrangente com relação ao respeito às aquisições do aluno, seus conhecimentos prévios e perspectivas, diferentemente de um posicionamento mais tradicional, que pressupõe pré-requisitos como necessários para alfabetizar.

Para saber mais:

Este pequeno resumo refere-se ao capítulo 1 do livro abaixo.

SOARES, Magda Becker. Alfabetização e Letramento. São Paulo: Contexto, 2003

 

Sobre Walkiria Roque

Carreira desenvolvida na área de Gestão Educacional. Profissional com mais de 20 anos de atuação na liderança e gerenciamento de ensino. Vivência em diversos níveis de ensino, atuando como docente, diretora, coordenadora e supervisora, conduzindo atividades administrativas e pedagógicas. Ampla experiência na liderança e formação de coordenadores e gestores educacionais, desenvolvendo e capacitando o corpo docente, promovendo modelos de aprendizado acolhedores e auxiliando instituições a alcançar excelência educacional.
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2 respostas para Alfabetização e letramento – As muitas facetas da alfabetização

  1. Keila disse:

    Olá! Sou Keila, aluna do 2. ano de Pedagogia da Unesp, gostaria de agradecer o post recebido, pois, vimos neste semestre o texto citado no blog e realmente, esse tema, é muito pertinente na formação de alfabetizadores! Obrigada.

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