“O pensamento baseado em quem merece o quê bloqueia a comunicação compassiva”[1]
Rosenberg apresenta em seu livro, pesquisas de outros autores que sustentam a relação entre expressões de julgamento entre as pessoas e a incidência do uso da violência, pelo fato de emergir a vulnerabilidade em que estejam inseridas. Aponta, então, que a primeira transposição necessária para efetivação da CNV é o deslocamento do juízo de valor, da crítica, da comparação, para a empatia.
Empatia
O primeiro conceito chave da CNV é a empatia. Ela trata da compreensão emocional da situação da vivência de outra pessoa. É como ouvir uma recomendação de nossas avós e mães, de maneira plena: – “Se coloque no lugar dos outros e perceba como se sente” … Para que essa constituição empática indique proximidade ao sentimento legítimo da pessoa que nos relata alguma situação, segundo Rosenberg, é necessário possibilitar que nossa “compaixão natural floresça”[2], alcançada com a habilidade de enxergar a realidade a partir dos olhos do outro.
Acolhimento
A empatia proporcionará o acolhimento a demanda do outro, o que significa real sensibilidade ao seu sentimento: receber, sem críticas, comparações, e ainda, juízos de valor, já que estes estimulam expressões agressivas.
Compaixão
Com a empatia e o acolhimento interiorizados, a compaixão se configurará como sinônimo de “sentir junto de alguém”, respeitar e reconhecer suas necessidades, não mais com o tradicional conceito de pena, piedade, dó, que usualmente é utilizado pelas pessoas. É o movimento que proporcionará a conexão, a ligação com a outra pessoa.
[1] ROSENBERG, 2006, p. 46.
[2] ROSENBERG, 2006, p. 32.