A questão social é um tema que segundo o autor, deve ser discutido, colocado em foco permanentemente, haja vista a relevência da análise e compreensão das relações entre sociedade civil e Estado. Faz uma análise histórica do processo de construção da questão social brasileira e sugere para uma compreensão larga, ampliada do tema, que os aspectos econômicos, políticos e sociais devam ser examinados criteriosamente: um complexo de equações a serem solucionadas.
O autor aponta, junto de Hélio Jaguaribe, a existência de dois Brasis num mesmo contexto: um arcaico, lento, atrasado, de subsistência, rural, etc, e um outro, moderno, arrojado, tecnológico, industrializado. Apesar de causar estranheza, estes dois Brasis necessitam um do outro, para a continuidade das relações intrínsecas. Este movimento reforça as reflexões sobre a questão social e as manifestações da sociedade para minimizar as distâncias entre as “camadas” sociais.
Desde a escravidão, os movimentos sociais eclodem e colocam-se como dispositivo rotineiro na luta da igualdade de direitos. A partir da década de 20, a questão social deixa de ser encarada como um “problema de polícia” (repressão), passa a ser considerado um “problema político”. Com o investimento do poder público na busca de desenvolvimento – transporte, energia, comunicação, infraestrutura urbana, etc), a economia tem nova aparência, expandindo-se. Industrialização, urbanização, exportações. Na medida do desenvolvimento, aparecem, concomitantemente as desigualdades sociais, referente à distribuição desigual de renda, afinal, o capital é o dono da situação. Nesta ótica, a própria sociedade é vislumbrada como “fábrica de desigualdades”, grupos projetam-se, enquanto outros vivem na precariedade.
Movimentos sociais são fomentados com o intuito de equilibrar as relações entre Estado-Sociedade-Capital. Sindicatos, partidos, manifestos são organizados para resignificar aspectos básicos, mas fundamentais para a vida e a convivência na sociedade – alimentação, saúde, habitação, educação, etc.
Existe uma tendência, segundo o autor, a se “naturalizar” a questão social, vista à luz de dois aspectos: a) entendida como “problema de Assistência Social”; b) entendida como problema de violência – repressão, segurança, opressão.
Os setores que organizam a sociedade têm dificuldade em lidar, assumir posicionamento em face desta dicotomia: na ausência de posicionamento adequado, demonstram verdadeira “intolerância” para tais movimentos da sociedade, agindo como repressores de tais atitudes.
Para saber mais:
IANNI, Octavio. Artigo A questão social. Revista São Paulo em Perspectiva. Volume 5 – número 1. São Paulo, 1991.
Gostei bastante do texto, terei uma prova sobre o assunto em questão e foi uma boa chance de esclarecer alguns aspectos marcantes no decorrer de toda a leitura. Apesar de públicada em 2011 não deixa de ser atual. Obrigada =)
ótimo texto! Me ajudou bastante!! Tenho uma prova de Questão Social essa semana e não sabia por onde começar rss
Muito obrigada!! 😀
obrigada pela explicação pois havia lido e relido o textos e não consegui
fazer uma sintese tão completa para um bom entendimento.
Obrigada Pela explicação, fiz meu fichamento com um entendimento bem mas claro.