Segundo SOARES (2004) o termo alfabetismo foi usado até a década de 90 para “nomear” a habilidade de um indivíduo no domínio da técnica da codificação e decodificação do alfabeto (escrita e leitura), bem como o exercício desta técnica para refinar, aperfeiçoar, transformar sua própria condição. A partir de 2001 a nomenclatura adequada passa a ser “letramento”, ampliando as possibilidades de interpretação, reflexão, compreensão, leitura de mundo, etc, deste indivíduo.
O professor alfabetizador deve conhecer muito bem o “dois em um” do Ensino Fundamental: alfabetização e letramento. “Dois” porque de fato, são dois termos distintos: “alfabetizar” (codificar e decodificar) e “letrar” (atribuir sentido ao que lê, interpretar) . “Um” porque estes dois termos irão compor um todo que deve ser contemplado nas aulas. Não é possível segundo as novas teorias em Educação, fragmentar tais conceitos, apropriações.
O letramento pode ser vislumbrado em duas dimensões – de natureza individual e social.
a) Individual – concebido como as capacidades individuais sobre a leitura e a escrita, isto é, antecipação de ideias, decifração, significação, pertinência do que foi lido, comunicar-se adequadamente, ortografia correta das palavras, pontuação, seleção de informações sobre um tema, entre outras.
b) Social – entendido como a autonomia do indivíduo sobre um contexto, referente à leitura e a escrita. Considerada a apropriação deste indivíduo sobre a língua.
Um bom professor alfabetizador tem estas diretrizes à mente para organizar uma aula produtiva, para assim proporcionar o desenvolvimento pleno desta autonomia do indivíduo.
SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento. São Paulo: Contexto, 2004